Você já ouviu falar do Motor CHT? Se você é um entusiasta de carros ou simplesmente curioso sobre a história automotiva, este artigo é para você. Navegue conosco pela incrível jornada do Motor CHT, desde seus primeiros esboços na usina francesa até se tornar um ícone da indústria automobilística brasileira.
Introdução: Uma Oportunidade Inesperada
Nos meandros da história automotiva, algumas histórias se destacam como verdadeiras joias, revelando a criatividade e a inovação que impulsionam a indústria. Uma dessas histórias é a do Motor CHT, um verdadeiro orgulho da engenharia automobilística brasileira. Sua jornada começou de forma inusitada, com os primeiros esboços surgindo em uma usina francesa. Vamos mergulhar nessa incrível narrativa de desenvolvimento e desafios que levou à criação do CHT.
Os Primeiros Passos na França e a Evolução
Tudo começou na França, durante a década de 1940, quando o mundo estava imerso na Segunda Guerra Mundial. Nessa época turbulenta, a Ford americana se deparou com uma oportunidade única. Os franceses estavam trabalhando em um motor chamado “Billancourt,” projetado para equipar o Renault 4 CV após a guerra. A Ford viu potencial nesse projeto e o adotou, pavimentando o caminho para uma jornada fascinante.
O Billancourt foi apenas o começo. Em 1962, uma evolução desse motor, conhecida como Cléon-Fonte, surgiu na França e continuou em produção por incríveis quarenta e dois anos. Esse motor serviu como base para a próxima fase da história: a chegada do Ford Corcel, equipado com o Cléon-Fonte, ao mercado brasileiro em 1968.
O Nascimento do Motor CHT
O Motor CHT foi concebido como uma alternativa nacional ao motor CVH europeu, destinado a equipar o Ford Escort no Brasil. Foi um marco importante no desenvolvimento da indústria automobilística brasileira, oferecendo versões 1.3 e 1.6 com potências variando de 58 cv a 73 cv, dependendo do tipo de combustível. Sua chegada representou uma virada emocionante na história dos carros de passeio no país.
Autolatina e a Expansão do CHT
Durante o período da Autolatina, uma joint venture entre a Ford e a Volkswagen, o CHT se tornou uma presença marcante nos modelos da Volkswagen, recebendo o nome de AE nos carros dessa marca. Essa colaboração trouxe um novo nível de reconhecimento e popularidade para o CHT.
A Era das Pequenas Versões e a Obsolescência
Em 1992, uma versão reduzida do CHT surgiu, com 1.0 litro e 50 cv, equipando modelos como o Ford Escort Hobby e o VW Gol 1000. No entanto, o CHT estava prestes a enfrentar um período de transição. Após o fim da Autolatina, o Motor CHT deu lugar a novos motores, como o EA111 da Volkswagen e os motores Endura-E e Zetec da Ford. A obsolescência gradualmente se instalou, marcando o fim de uma era notável.
O Legado do Motor CHT
Apesar dos desafios e do seu desempenho modesto, o CHT conquistou um lugar especial nos corações dos entusiastas brasileiros. Foi elogiado por sua manutenção simples, robustez e bom torque em baixas rotações. No entanto, muitos lamentam que a Ford não tenha trazido o motor CVH para o Brasil nos anos 1980, o que teria oferecido uma gama mais ampla de motores para diferentes modelos.
O CHT: Um Legado Brasileiro
O Motor CHT foi uma criação genuinamente brasileira, uma evolução do motor Renault Sierra (também conhecido como Cléon-Fonte) da década de 1960 na França. Ele começou a equipar carros da Ford no Brasil em 1968, com o lançamento do Corcel, e passou por várias atualizações ao longo dos anos, sendo renomeado como CHT em 1983.
Variações do CHT
O CHT não era um motor estático; ao contrário, ele evoluiu ao longo do tempo, com diferentes capacidades cúbicas, incluindo 997 cm³ (1992-96), 1341 cm³ (1983-86) e 1555 cm³ (1983-94). Podia funcionar com álcool ou gasolina, oferecendo flexibilidade aos motoristas. Sua taxa de compressão variava de 12:1 com álcool a 9:1/9.5:1 com gasolina.
O Motor CHT era conhecido por várias vantagens, como sua alta economia de combustível, baixo ruído, ausência de correia dentada, baixa manutenção e durabilidade. No entanto, também tinha suas desvantagens, como baixo desempenho, desgaste fácil de algumas peças, sistema de arrefecimento ineficiente e maior consumo de etanol.
Além das Fronteiras: O Motor Sierra
Vale a pena mencionar que o motor Renault Sierra, que originou o CHT, continuou sendo usado na Europa até a década de 1990, quando foi substituído pelo propulsor “Energy”. Após o fim da produção no Brasil e na França, o Sierra continuou sendo fabricado em outros países, como Argentina, Colômbia, Turquia e Romênia, em variações 1.6 exclusivas.
FAQ sobre o Motor CHT
1. O que é o Motor CHT?
O Motor CHT é um motor a combustão interna de quatro cilindros produzido pela Ford no Brasil durante a década de 1980. Ele foi utilizado em vários modelos de carros, incluindo Ford Escort, Corcel, Del Rey, Verona e o Volkswagen Gol.
2. Por que o Motor CHT é conhecido como “CHT”?
CHT é a sigla para “Compound High Turbulence,” que descreve a tecnologia de câmara de combustão desse motor. Essa tecnologia visava melhorar a eficiência da queima de combustível e, consequentemente, o desempenho do motor.
3. Quais foram as variações do Motor CHT em termos de capacidade cúbica?
O Motor CHT passou por diferentes variações ao longo dos anos, incluindo versões com 997 cm³ (1992-96), 1341 cm³ (1983-86) e 1555 cm³ (1983-94). Essas variações foram projetadas para atender às necessidades de diferentes modelos de carros.
4. Quais foram as principais vantagens e desvantagens do Motor CHT?
O Motor CHT era conhecido por sua alta economia de combustível, baixo ruído, manutenção simples e durabilidade. No entanto, ele também tinha desempenho relativamente modesto e um sistema de arrefecimento menos eficiente em comparação com motores mais modernos.
5. Quando e por que o Motor CHT foi descontinuado?
O Motor CHT foi gradualmente substituído por motores mais modernos, como o EA111 da Volkswagen e os motores Endura-E e Zetec da Ford, devido à obsolescência. Isso aconteceu no início da década de 1997, marcando o fim de uma era na indústria automobilística brasileira.
Conclusão
O Motor CHT é uma parte essencial da história automotiva brasileira, uma história de inovação, desafios e sucesso. Sua jornada, que começou na França e se estendeu até os confins do Brasil, é um testemunho da capacidade criativa e técnica da indústria automobilística nacional. Enquanto o CHT pode não ser mais visto nas estradas, seu legado vive nas memórias dos entusiastas e nos livros de história automotiva.
Ao refletir sobre o Motor CHT, não podemos deixar de admirar sua jornada e a marca que deixou na indústria automobilística brasileira. É uma lembrança poderosa de como a inovação e a perseverança podem moldar a história de um país e seu amor por automóveis.
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