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Carros

Audi vs Lancia: rivalidade que marcou o campeonato mundial de Rally

Audi e Lancia disputaram a edição de 1983 e, para a surpresa dos alemães, foram os italianos os grandes campeões.

As boas histórias, aquelas com momentos marcantes e inesquecíveis, acontecem em todo esporte e não seria diferente no automobilismo, especificamente, neste caso, na modalidade do Rally.  

Fora dos grandes autódromos internacionais, o rally é praticado em circuitos Off Road, mesclando áreas naturais com pistas preparadas para a competição.

Saltos, curvas, atoleiros, rios, lagos e muita aventura são elementos que compõem o cenário desta modalidade, além da coragem e adrenalina dos pilotos e co-pilotos. 

O início do fim

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Lancia 037 (crédito de imagem: The Speed Journal)

A Lancia é uma montadora com mais títulos (10) do Campeonato Mundial de Rally (WRC), e uma das marcas mais antigas e famosas fabricante de automóveis da Itália.

Esta empresa viveu seu auge na competição no início dos anos 1980, conquistando vários títulos e se consagrando cada vez mais no cenário das corridas fora de estrada.

Pouco antes disso, no final da década de 70, a Audi começou a desenvolver um carro com tração integral, o famoso 4×4, porém com outra finalidade: servir o exército alemão. 

Com a nova tecnologia equipada nos veículos “familiares”, a montadora alemã avançou com a ideia e solicitou a organização do Campeonato Mundial a participação no evento e foi barrada, pois conforme as regras da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), os carros 4×4 não eram permitidos na corrida.

Até que, por meio de um representante da montadora enviado até a sede da Confederação, o pedido da Audi foi aceito, alegando que seria interessante para o evento a novidade, já que a tração integral era componente comum em caminhões e veículos semelhantes, e não em sedãs e cupês tradicionais. 

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Surge então, o Audi Quattro – considerado por muitos o carro mais importante da história dos rallys, estreando em 1982.

Naturalmente, o alemão teve enorme vantagem, vencendo diversas etapas em diferentes terrenos, comprovando a eficiência da tração integral em qualquer superfície e assim, conquistando o título mundial daquele ano. 

Audi e Lancia se enfrentam

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Audi no Rally de Portugal (crédito de imagem: Reprodução)

Na temporada seguinte, as equipes rivais perceberam que acompanhar o ritmo do Quattro seria tarefa ingrata e difícil. Nasce então a rivalidade entre os alemães da Audi e os italianos da Lancia.

De um lado, os especialistas e consagrados multicampeões, e do outro, o recém-chegado e atual campeão.

Pensando nisso, os engenheiros dos times concorrentes também tentaram desenvolver seus carros com tração nas quatro rodas, infelizmente, em vão.

Pois, além de não chegar ao resultado perfeito como a Audi, gastaram grande parte do recurso financeiro e os carros foram parar nas oficinas ou até fora das etapas do campeonato. 

Com outra estratégia, mais autêntica e perspicaz, a equipe da Lancia desenvolveu um novo sistema de transmissão e criou o projeto “Rally 037”, um conjunto com tração traseira e motor central de 305 cavalos.

No entanto, a tática dos italianos não seria apenas na montagem do novo carro, mas também, na estratégia de competição nos bastidores do campeonato e isso aconteceu logo na primeira etapa em Monte Carlo, onde o circuito estava coberto de neve e a Lancia borrifava sal nas curvas perigosas com neve, para quando o carro chegasse nesses pontos críticos, o gelo tivesse sumido e assim, conquistou a prova com o 1º e 2º lugar. 

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Lancia passando em um trecho que a princípio, era neve (crédito de imagem: Reprodução)

O que um pouco de astúcia não faz, não é mesmo?!

Mas não pararam por aí não! Em outras corridas, como foi na Suécia, por exemplo, a tática do sal não daria certo pelo fato da neve estar muito mais rigorosa, portanto, a equipe Lancia simplesmente não apareceu para competir, deixando a vitória com a Audi.

Economizando em reparos que, certamente, necessitariam e investindo o dinheiro de uma melhor maneira. Ou seja, na corrida seguinte.

Surpreendendo a Audi, nas etapas com terreno de asfalto seco, a Lancia aparecia com quatro carros, ao invés de dois ou três, e venciam com facilidade!

A astúcia venceu

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Audi Quattro (crédito de imagem: Wikimedia)

Mais um grande momento dessa rivalidade aconteceu na Itália, a casa da Lancia, nas últimas três rodadas do Mundial, e os italianos queriam vencer de qualquer maneira, apesar de ser tecnicamente impossível comparando a tabela de pontuação e a condição dos carros, em relação a Audi.

Em San Remo, a pista estava muito empoeirada, prejudicando a visão e performance dos pilotos, então, com os carros já na linha de largada, a Lancia fingiu problemas técnicos nos seus carros para aguardar a poeira baixar, e deu certo algumas vezes!

Carro e piloto, em perfeita sintonia, fizeram uma etapa impecável, e a Lancia conquistou o pódio na etapa da Itália, sagrando-se campeã Mundial naquele ano, com os três carros da marca em 1ª, 2ª e 3ª posição em casa. Incrível!

Uma grande história, sem dúvida.

Para se ter noção, até os dias atuais, nenhum outro carro com tração nas duas rodas venceu um 4×4. Além disso, a Lancia ainda é a maior campeã mundial de rally, mesmo 20 anos após o último título de construtores em 1992. 

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