Afinal, qual é a história do carro que ganhou o apelido de Zé do Caixão?
A boa fama ficou apenas para José Mojica, o grande representante do gênero de terror no Brasil. Já o carro, conhecido pelo mesmo apelido, não foi tão aclamado por aqui.
O modelo não atraiu a atenção da população em geral, exceto dos taxistas.
Quer entender melhor sobre a história dessa modelo e por que ele recebeu esse apelido tão exótico?
Continue lendo que nós vamos te contar toda a história sobre o Zé do Caixão!
Um projeto ambicioso
A Volkswagen já havia construído um grande sucesso, o Fusca caiu no gosto dos brasileiros e dominou o mercado!
Apesar disso, a empresa estava preocupada com a movimentação da Ford que havia acabado de comprar a Willys e estava projetando o Corcel.
A intenção da Volks era construir um novo modelo médio que concorresse com o Corcel. Para isso, eles pensaram em criar uma nova versão do Fusca, com mais espaço e tão resistente quanto seu irmão mais velho.
Nasce então: Zé do Caixão.
Zé do Caixão: uma releitura
O Volkswagen 1600 teria praticamente o mesmo motor do Fusca 1300, só que um pouco mais potente, com suspensão dura e motor refrigerado a ar.
O grande diferencial desse modelo era o espaço, uma vez que ele teria 4 portas. Tudo estava muito bem encaminhado, até que começaram os problemas inesperados.
Estava tudo certo para que o lançamento ocorresse como planejado, antes mesmo do Corcel. Mas, pouco tempo antes, as máquinas que seriam utilizadas na linha de produção sofreram um acidente.
Elas foram perdidas em um naufrágio.
Não bastasse isso, logo depois os protótipos do veículo também começaram a apresentar problemas de refrigeração.
Isso fez com que os testes fossem estendidos por mais tempo.
Apesar dos pesares, a empresa conseguiu concluir os testes e produziu algumas unidades para o 6° salão do automóvel, em São Paulo.
Como esperado, o Volkswagen foi o que mais chamou a atenção entre os concorrentes Corcel e Opala. Ele foi o mais desejado e o que recebeu mais pedidos, no entanto, logo depois do evento o pessoal da fábrica recebeu férias coletivas e quando voltaram à produção, faltaram peças.
Ou seja, mais um imprevisto que atrasou ainda mais a chegada do veículo às ruas, de fato.
As características Volkswagen 1600
O Volks 1600 tinha faróis retangulares que davam um ar moderno e único para o veículo.
O veículo, que de forma geral tinha formas retangulares, alcançava até 135 km/h. Ele era mais espaçoso e por conta da forma como o motor foi acoplado, produzia menos ruídos.
Apesar disso, o design do veículo não caiu na graça do público e o fusca de 4 portas, passou a ser chamado de Zé do Caixão, por causa de seu formato e das 4 alças ao redor do carro.
Se as vendas e a produção já não estavam bem, depois disso a situação se agravou.
Entretanto, não podemos dizer que o modelo foi totalmente rejeitado, pois os taxistas amaram o veículo.
Ele era mais espaçoso e permitia levar mais pessoas e mais malas. Na verdade, eles se tornaram mais populares justamente por causa dos taxistas.
Fim trágico do Volkswagen 1600
Não foi a falta de aceitação do público, necessariamente, que pôs fim ao modelo.
Em 1970, um incêndio na fábrica da empresa colocaria fim ao modelo. Durante os dois anos de produção, a empresa fez 24.475 exemplares.
Apesar da grande aposta, ele não teve tanto sucesso quanto seu irmão mais velho. Em contrapartida, seus irmãos mais novos tiveram resultados melhores!
Os carros que vieram em seguida
A VW Variant, mais conhecida como perua, foi lançada logo depois dos 1600 e possuía algumas similaridades. A frente do veículo também era truncada e seus faróis muito similares ao do Zé do Caixão, o que dava o toque de modernidade para o design do veículo.
Era considerado um modelo elegante e robusto.
Ao contrário do Volkswagen 1600, esse modelo fez muito sucesso e conquistou o coração dos brasileiros. No total, foram produzidos 256.760 unidades do modelo.
E quanto ao TL hatch?
Outro irmão mais velho dos 1600 será que ele também obteve mais sucesso?
Apesar de ter tudo para deslanchar, o TL não obteve tanto sucesso quanto a Variant. O modelo possuía um bom motor, design que agradava ao público, mas também tinha muitos concorrentes.
Para piorar, a linha competia com carros da própria marca, como o Fusca e a Brasília, por isso aos poucos ele acabou perdendo espaço no mercado.
Normalmente, quem escolhia o modelo estava em busca de mais requinte e sofisticação.
Mas de forma geral, ainda assim, o modelo obteve mais sucesso que Volks 1600.
Volkswagen 1600 fez história
Apesar de não ter caído nas graças do público, o carro fez história e até hoje é lembrando pelos fãs de carros.
Afinal, ele ficou conhecido como Zé do Caixão, não é algo que simplesmente se esquece.
O carro tem uma história e tanto, cheia de desafios e dificuldades.
Mesmo sem agradar à maioria, entregou conforto, espaço e um design moderno. E mesmo com os fatos trágicos, ele teve seus momentos de destaque, como no salão do automóvel quando foi o mais pedido.
Contudo, não podemos nos esquecer de que ele se tornou o queridinho dos taxistas.