Bastante conhecido no mercado brasileiro, o Santana foi o primeiro carro luxuoso da alemã Volkswagen no Brasil.
Sucesso de vendas, o modelo foi produzido no Brasil entre 1984 e 2006. Ainda é vendido na China, mas na versão compacta.
Continue a leitura para descobrir como o modelo impactou o mercado automobilístico brasileiro.
Santana: a versão sedan do Passat
A história do Santana começa em 1983 e surge como a versão sedan do Passat. O Passat era um modelo hatch, que poderia tanto apresentar duas ou quatro portas.
Fazendo parte do mesmo conjunto, havia também a Variant, uma perua familiar, chamada de Quantum nos Estados Unidos. Falamos um pouco sobre ela neste artigo: Anos 70: Conheça os 10 carros mais vendidos.
Já na Europa nos anos 70 a VW tinha planejado o lançamento de um Passat três-linhas, composto por versão hatch, sedan e perua. No Brasil, são conhecidos como Santana, Passat e Variant.
Diferente de outros modelos, o Santana também passou a ser produzido em muitos outros países como África do Sul, México, China, Argentina, Espanha e outros.
No Brasil, o Santana surgiu como resposta aos concorrentes Del Rey da Ford e Monza da Chevrolet.
O sedan estreou com diferentes versões
Quando foi lançado, o Santana causou muito desejo e emoção no grande público.
Desde o seu lançamento, até os dias atuais, é chamado carinhosamente de “Santanão”, pelos seus admiradores.
O desejo ao redor desse carro incrível começa já quando a VW aposta em novidades inéditas no mercado brasileiro.
A primeira novidade é a transmissão automática, que na época era uma caixa de somente três velocidades. Outra novidade no mercado brasileiro foi o câmbio manual de 5 marchas, até então disponível em modelos extremamente exclusivos.
Quanto ao acabamento, o Santana estreou em três níveis: prata, ouro e diamante, sendo o diamante o topo de linha.
A carroceria contava com duas opções, em duas ou quatro portas. O motor podia tanto ser à álcool ou à gasolina, com uma diferença na potência.
O motor à gasolina era de 85 cavalos, enquanto a versão à álcool contava com 92 cavalos.
Contudo, independente das diferenças entre os modelos, todos compartilhavam o mesmo motor 1.8 de biela curta e carburador. O motor do Santana, no seu lançamento, foi descrito pelo público como bom e confiável.
Modelo de câmbio automático
A versão topo de linha do Santana contava com câmbio automático, algo ainda muito novo no mercado brasileiro.
Contudo, naquele momento o câmbio contava apenas com três marchas e a troca entre elas é descrita como lenta. Apesar disso, o Santana tinha boa reputação e teve boas vendas nos primeiros anos de lançamento.
Mudanças que posicionaram o Santana ainda mais no mercado
Apesar de alguns detalhes, como o câmbio automático, desagradar o público, o maior problema do Santana era a concorrência.
O Monza foi o carro mais vendido na metade dos anos 80 e para as novas versões do Santana em 87 a VW precisou inovar. O design era bastante luxuoso e moderno para o período, com novos faróis, grandes reluzentes, além de mudanças também no design interior.
Contudo, a maior mudança da versão de 87 está no motor. Ainda na versão 1.8, agora se tratava de um motor AP (alta performance).
Os pistões passaram a ser mais leves, as bielas mais longas e melhor comando. A potência aumentou para 92 cavalos na versão gasolina e 96 com álcool.
O grande salto: o motor 2.0 do Santana
Apesar das mudanças citadas posicionarem melhor o Santana e melhorarem sua relação com o público quando comparado com o Monza, a VW precisava reagir e ir além.
Mais do que pequenas alterações no design e melhor desempenho do motor 1.8, o que a VW precisava era de um sedan completamente revolucionário no mercado.
Foi assim que a grande novidade chegou no início de 1988: o Santana com motor 2.0 AP. Naquela época, o motor ainda era carburado, mas entregava surpreendentes 112 cavalos de potência ao consumidor, na sua versão à álcool.
O modelo era capaz de chegar de 0 até 100 km em apenas 10,5 segundos, números impressionantes para o final dos anos 80.
Esse motorzão ainda era capaz de atingir a velocidade máxima de 182 km. Com todas essas modificações o Santana se consolidou no mercado brasileiro.
Seu design era considerado bastante maduro, tanto como sedan familiar, quanto para o público esportivo, graças à sua potência.
Com o passar dos anos, o Santana foi se modificando, sempre buscando atingir o topo da sua categoria.
Anos 90
No início dos anos 90, o Santana passa por atualizações estéticas importantes. É lançado o modelo Executivo (ou simplesmente EX), com bancos de couro, lanternas escuras e rodas importadas.
O motor contava agora com injeção e ignição eletrônica, aumentando seu desempenho. Por seu preço exuberante, foram produzidas pouco mais de 4 mil unidades, o que faz esse modelo ser bastante raro.
No ano seguinte, o Santanão passa por uma grande reformulação. A carroceria é refeita, para agregar mais espaço interno e também ao porta-malas.
O modelo passou a ser mais longo e mais alto, passando uma impressão de carro mais espaçoso. Seu painel e outros detalhes passaram por melhorias.
As únicas partes que não receberam modificações foram as portas e a motorização.
Outra inovação do período foi o fogo de freios antitravamento, algo inédito no mercado até então. Anos depois, esses freios se popularizaram pela sigla ABS.
Já em 1997, as vendas do Santana diminuíram.
Na tentativa de reposicionar o modelo, a VW apostou em modificações como acabamento exteriores mais modernos e um novo sistema de injeção eletrônica para o motor 1.8.
O comando digital também foi melhorado, proporcionando melhorias no consumo e contenção de poluentes.
Em 1999 o Santana é novamente reestilizado. Seu para-choque passa a ser mais simples e moderno, com lanternas e faróis maiores e perda dos quebra-ventos, já não apreciados pelo público naquele momento.
Entrada do novo milênio
No final dos anos 90 e início dos anos 2000 o Santana não recebeu mudanças expressivas. Com o volume de vendas diminuindo gradativamente, a VW apostou em novos públicos.
Se antes o Santanão fazia sucesso como um sedan luxuoso e esportivo, agora o foco era em frotas de veículos para empresas e taxistas.
O Santanão ainda tinha um motor confiável, bom, de baixa manutenção e com reparos simples de serem feitos, além de sua potência já bastante conhecida.
Em 2006, o Santana já estava há mais de duas décadas no mercado. Persistia concorrendo com preços mais atrativos e a confiabilidade da VW.
Mas o excesso de seriedade do modelo já não agradava tanto os consumidores. Foi então que, com 22 anos de história, nosso querido Santana se despede do mercado nacional.
O Santana foi pioneiro em diversos aspectos, o primeiro carro luxuoso da VW no Brasil, o primeiro com freios ABS, entre tantos outros detalhes que revelam o pioneirismo deste modelo no país.
Certamente um carro com muita história e que desperta o interesse de colecionadores até hoje, assim como o Opala.
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