Em março de 1970, chegava ao Brasil uma das peruas mais conhecidas de todos os tempos: o Ford Belina.
O modelo surgido após o lançamento do Corcel buscava trazer mais espaço, tanto no seu interior amplo, como no seu porta-malas generoso.
O conforto, economia de combustível e amplo espaço da perua da Ford transformaram o modelo em um dos preferidos para as famílias da época.
Ao longo de sua história, a Belina ganhou diferentes versões, incluindo ampla estilização e inspiração no Maverick.
Quer saber mais detalhes sobre este clássico?
Então continue a leitura, descubra mais sobre sua história e curiosidades sobre o modelo.
História do Ford Belina
A Belina foi um carro fabricado pela Ford e lançado em 1970, fez parte da família do clássico Corcel (1970-1986), sendo descontinuada em 1991.
O modelo vendeu muito bem durante quase todos os anos da sua história e durante quase duas décadas foi referência do modelo perua no Brasil.
O Ford Belina carregava todas as características da linha Corcel, tendo os mesmos detalhes, mesmo motor, apenas com mudanças em suas dimensões, atribuindo ao veículo o estilo perua.
Dito isso, podemos dizer que ela era tão similar ao Corcel, que quando foi substituída pelo Del Rey, a Belina passou a se chamar Del Rey Belina.
Dessa forma, ela fez parte tanto da família Corcel nos primeiros anos após o seu lançamento, quanto da família Del Rey, a partir de 1981.
Apesar da mudança de nome, a Belina apresenta poucas diferenças em relação a quando fazia parte da família Corcel.
A mudança de nome e encerramento do Corcel fez parte de uma estratégia de reposicionamento de automóveis da Ford. E funcionou muito bem, pois a Belina continuou sendo um sucesso de vendas e a perua preferida das famílias brasileiras naquele momento.
Principais versões
Belina II: o modelo recebeu um toque de atualidade e modernidade. Incorporou as principais mudanças do Corcel II, com diversas linhas retas em seu design. Possuía a versão L, mais simples e a versão LDO, mais luxuosa.
Del Rey Scala: em 1983 recebeu uma grande evolução, chamada de Del Rey Scala. A versão ouro, apresentava detalhes inéditos para a Belina naquele período. O modelo acompanhava travas e vidros elétricos, relógio digital, luzes de leitura e painel moderno, incluindo até mesmo um manômetro de pressão do óleo. O consumidor também poderia escolher se desejava a versão com ou sem ar-condicionado.
Astro: em 1985, o carro teve uma versão com calotas e revestimento de bancos similares ao do Escort XR3. O modelo também apresentava bagageiro, nas cores prata ou dourado.
Série especial: em 1988, foram produzidas 1800 unidades de uma série especial da Belina. Tratava-se de uma versão intermediária entre as versões L e GLX, com alguns diferenciais. Contava com bagageiro no teto com acabamento preto, além de acabamentos pretos no para-choque e relógio digital.
Em mais de duas décadas de produção, a Belina contou com uma série de versões diferentes. Esse carro faz parte da história automobilística do Brasil, fazendo total sentido a grande busca, já que seu tamanho interno comportava e abrangia todas as necessidades que uma família teria. Ainda mais se tratando de uma época onde as famílias eram mais numerosas, tornava qualquer viagem confortável!
Se você viveu ou conhece alguém daquela época, certamente se lembra de como ela mudou a história dos carros de família no Brasil.
Agora que você já relembrou detalhes da chegada da perua queridinha, vamos às curiosidades que irão te surpreender:
A relação entre Belina e Corcel
A proposta da Ford ao lançar a Belina era justamente trazer todas as características da linha Corcel. Assim, tanto o visual, quanto o motor da perua sempre foi bastante similar ao do Corcel.
A estratégia foi justamente apostar em um modelo que já era sucesso, mas trazendo alguns novos benefícios, como o conforto para toda a família.
Enquanto o Corcel era visto como um carro para o casal ou mesmo para os solteiros, a Belina veio para suprir a lacuna de trazer mais espaço e conforto, especialmente para as viagens na estrada em família.
Belina foi uma perua pioneira no Brasil
A Belina não foi a primeira perua do Brasil, afinal, nos anos 50 já havia a DKW-Vemag. O modelo conhecido como Universal na Alemanha chegou ao Brasil em 1956. Contudo, naquele período as peruas não eram realmente populares no Brasil.
Com a chegada da Belina, o brasileiro passou a ter um grande apreço pelas peruas. Afinal, o modelo relacionado ao Corcel, que já tinha grande fama por aqui, apresentava uma série de vantagens. O motor confiável, junto com mais espaço interno e amplo bagageiro que qualquer brasileiro sabe muito bem como aproveitar, não é mesmo?!
Requinte por um valor acessível
Um dos segredos para o sucesso da Belina era o seu requinte e estética. O carro era considerado muito bonito naquela época, além de receber novas versões e se atualizar constantemente.
Até havia versões mais luxuosas que com lindos painéis laterais imitando madeira e funcionalidades tecnológicas. Mas no geral, a Belina era um carro equipado e com valor bastante acessível, sendo a versão básica bastante completa.
Uma década sem competitividade
Um dos principais fatores para o sucesso da Belina é que o modelo praticamente não tinha competitividade no mercado brasileiro. Isso porque entre 1970 e 1983 praticamente não havia outros modelos que competissem com a Belina.
A Chevrolet Caravan, uma das principais alternativas à Belina, era mais luxuosa, mas também era muito mais cara. Já a VW Variant II não poderia fazer frente à Belina por ser considerada ultrapassada. Foi somente em 1983, com o lançamento da VW Parati, que a perua passou a ter de fato uma competitividade. Ainda sim, a perua continuou estável no mercado até o final dos anos 80.
A polêmica versão 4×4
Entre 1985 e 1987, a perua teve uma versão inusitada: o modelo 4×4. O modelo com tração nas quatro rodas parecia incrível para usar o veículo intensamente, incluindo nas estradas de chão. Contudo, o sistema da Belina 4×4 foi alvo de críticas severas e exigia muito reparo.
Por esse motivo, a versão foi descontinuada apenas após dois anos. Neste período, as vendas da perua passaram a decair, até sua produção ser encerrada em 1991. O fracasso desse período se deve principalmente ao sucesso da Parati.
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