Quem vive na estrada sabe que os caminhões são muito mais do que simples veículos — são os parceiros que construíram o Brasil, fundamentais para a logística e o desenvolvimento do país.
Essa relação próxima se reflete em uma das tradições mais criativas da cultura das estradas: a mania de dar apelidos aos brutos.
Dar um nome ao caminhão é uma forma de criar identidade, afeto e personalidade com a ferramenta de trabalho. É transformar algo técnico, como um “Volkswagen Constellation 24.250”, em algo divertido e fácil de lembrar, tipo “Bob Esponja”. E convenhamos, é muito mais simpático dizer “lá vem um Jacaré” do que “lá vem um Scania 111S”, certo?
Esses apelidos, inspirados na cor, formato da cabine, som do motor ou estilo de direção, espalharam-se por todo o Brasil, ecoando em postos, oficinas e pontos de parada.
Os 7 Apelidos mais Marcantes das Estradas Brasileiras
1. O Simpático Gigante: Volkswagen Constellation 24.250, o “Bob Esponja”
Mais recente e divertido, o apelido “Bob Esponja” caiu como uma luva no Volkswagen Constellation 24.250, lançado em 2006. A semelhança com o personagem vem de:

- A cor amarela da cabine;
- O formato quadrado;
- A grade frontal “sorridente” e os faróis que parecem olhos simpáticos.
Com motor MWM de 250 cv, o modelo se tornou um favorito para transporte urbano e até estrelou na refilmagem da série “Carga Pesada”.
Um verdadeiro personagem das estradas brasileiras!
2. O Rei das Estradas: Scania 113, o “Cara Larga”
O lendário Scania 113, produzido entre 1988 e 1997, ficou conhecido como “Cara Larga” por causa da sua cabine ampla e frente imponente.
Com motor V8 de até 360 cv, o modelo trouxe conforto, tecnologia e potência, superando seu antecessor “Jacaré” e redefinindo o transporte rodoviário pesado no Brasil.

3. O Anfíbio do Asfalto: Ford F-14000, o “Sapão”
Produzido entre 1980 e 1992, o Ford F-14000 ganhou o apelido “Sapão” por motivos bem claros:
- Design baixo, largo e arredondado, lembrando um sapo;
- Faróis saltados;
- E, claro, a clássica cor verde.

Equipado com motor MWM de 140 cv, o Sapão dominou o transporte urbano e as empresas de mudança. Um caminhão que virou símbolo de resistência nas cidades brasileiras.
4. O Inconfundível: FNM com Cabine Brasinca, o “Boca de Bagre”
O FNM com cabine Brasinca marcou época nos anos 1970. O apelido “Boca de Bagre” veio do design da frente, que tinha uma grade larga e faróis deslocados, lembrando a boca aberta de um peixe bagre.

Mais do que o visual, o caminhão era conhecido pela robustez e conforto — uma cabine espaçosa, motor diesel nacional e ótimo desempenho nas estradas da época.
5. O Clássico: Mercedes-Benz L-312, o “Torpedo”

Lançado em 1956, o Mercedes-Benz L-312 recebeu o apelido “Torpedo” por seu cofre estreito e alongado, com formato semelhante a um projétil.
Também chamado carinhosamente de “Torpedinho”, o modelo fez história como o primeiro caminhão a diesel produzido no Brasil.
Com motor OM-312 de 100 cv, o L-312 representava eficiência e autonomia, abrindo caminho para o desenvolvimento logístico do país.
6. O Musical: Mercedes-Benz 1113/1313, a “Vanderleia”
Os modelos Mercedes-Benz 1113 e 1313, ícones das décadas de 60 e 70, receberam o apelido “Vanderleia” em homenagem à cantora Wanderléa, estrela da Jovem Guarda.

Além da coincidência temporal, esses caminhões eram fortes, duráveis e econômicos, rodando facilmente mais de 1 milhão de quilômetros.
💡 Curiosidade: o apelido também batizou um tipo de carreta com eixos espaçados, inspirado no jeito característico da cantora se apresentar no palco.
7. O Dono do Trecho: Scania 111S, o Famoso “Jacaré”
O apelido “Jacaré” é um dos mais tradicionais das estradas. Embora tenha se popularizado com o icônico Scania 111S (1973–1985), ele nasceu antes, com o Scania L-76, de 1963.
O motivo? O capô longo e baixo lembrava o focinho de um jacaré, e o motor V8 de 320 cv fazia jus ao apelido: “mordia a estrada” nas subidas.

Curiosidade: a cor de fábrica mais comum era laranja, o que também rendeu o apelido alternativo “João de Barro”.
Uma Cultura que Roda o Brasil
Os apelidos dos caminhões são mais do que simples nomes — são símbolos de identidade e camaradagem nas estradas.
Eles contam histórias, refletem emoções e unem uma comunidade apaixonada pela vida sobre rodas.
Mais do que tradição, é uma linguagem viva.
Saber que “peça para o Jacaré” significa “Scania 111S” pode parecer detalhe, mas faz toda a diferença no dia a dia das oficinas e autopeças.
Enquanto houver caminhões cortando o Brasil, novos apelidos continuarão surgindo, mantendo viva a alma e o humor das estradas brasileiras.
Perguntas Frequentes (FAQ)
1. Quais são os apelidos dos caminhões?
Os caminhões brasileiros têm apelidos clássicos que marcaram gerações nas estradas. Entre os mais famosos estão:
- Jacaré (Scania 111S)
- Bob Esponja (Volkswagen Constellation 24.250)
- Sapão (Ford F-14000)
- Boca de Bagre (FNM Brasinca)
- Torpedo (Mercedes-Benz L-312)
- Cara Larga (Scania 113)
- Vanderleia (Mercedes-Benz 1113/1313)
Esses nomes nasceram de características visuais, sons, cores e até do humor dos caminhoneiros.
2. Quais são os melhores apelidos de caminhões?
Os melhores apelidos são aqueles que se tornaram símbolos da cultura das estradas e que até hoje são reconhecidos em qualquer posto de parada.
Entre os mais queridos pelos motoristas estão:
Jacaré, pela força e tradição.
Bob Esponja, pela aparência divertida.
Sapão, pelo visual simpático.
Vanderleia, pela homenagem musical. Cada apelido carrega uma história e reflete a personalidade do bruto e do caminhoneiro que o dirige.
3. Qual é o apelido do caminhão 1113?
O Mercedes-Benz 1113 é carinhosamente chamado de “Vanderleia”.
O nome é uma homenagem à cantora Wanderléa, ícone da Jovem Guarda, que fez sucesso na mesma época em que o caminhão dominava as estradas.
Além disso, o apelido também batizou um tipo de carreta com eixos espaçados, comparada ao jeito peculiar da artista se apresentar no palco.
4. Como os caminhoneiros chamam os caminhões?
Os caminhoneiros costumam dar apelidos aos caminhões de forma carinhosa e criativa, transformando o veículo em um verdadeiro companheiro de estrada.
Os nomes surgem de características marcantes — como cor, formato da cabine, som do motor ou até da personalidade do caminhoneiro.
É comum ouvir nas rodovias frases como: “Lá vem o Jacaré subindo a serra!” ou “O Bob Esponja já tá no trecho!” Esses apelidos fazem parte da identidade e da cultura das estradas brasileira, unindo gerações de motoristas.




