DKW é a sigla alemã que significa Das Kleine Wunder, em tradução literal, “a pequena maravilha”. A tradução do seu nome nos demonstra que existia uma grande devoção por esse automóvel, não é mesmo?
Essa adoração foi a responsável para garantir que a DKW-Vemag fabricasse mais de cinquenta mil modelos entre os anos de 1958 e 1967, um grande feito para a época, especialmente se levarmos em conta os veículos lançados ao mesmo tempo.
No Brasil, a fábrica da Vemag-Veículos e Máquinas Agrícolas S.A. obteve sucesso a partir do seu modelo F91, que impressionou os consumidores alemães, a partir da fabricação da Auto Union.
O F91 foi lançado no país no ano de 1953 e possuía um motor de 3 cilindros e 897 cm³, e conforme dito acima, seu modelo vinha como herança da Auto Union, cujo surgimento foi na década de 30.
Ao longo do tempo, a empresa se uniu com a DKW e, também, à Wanderer, Audi e Horch, outros grandes nomes do mercado automobilístico alemão.
As marcas deram a luz aos modelos F89 com um motor de dois cilindros, e F91 com um motor de três cilindros. Com um design fora de linha para a década de 50, os modelos criados no Brasil foram lançados no bairro do Ipiranga, na capital paulista.
O local já possuía uma Distribuidora de Automóveis chamada Studebaker, desde o ano de 1945, após o encerramento da Segunda Guerra Mundial, quando foi fundada por um imigrante da Espanha chamado Domingos Fernandes Alonso.
Domingos já havia possuído casas lotéricas e a essa altura fabricava e comercializava os carros Studebaker, os caminhões Scania-Vabis e Kenworth, além dos tratores Massey-Harris e as máquinas agrícolas Ferguson.
Conhecendo o DKW-Vemag do Brasil
Bom, o modelo de DKW brasileiro possuía diferenças estéticas em relação ao projeto da Alemanha, sendo, à primeira vista, a sua largura o detalhe mais marcante. O projeto feito aqui era mais parecido com o F94, que na Alemanha se chamava Sonderklasse.
Contudo, é claro que a linha brasileira possuía diferenciações como forma de atribuir a própria identidade e a identidade do seu consumidor, ao projeto, algo bastante comum no que diz respeito aos carros fabricados em nosso território.
Sendo assim, o DKW brasileiro tinha, além da largura mais enfática, alguns detalhes à parte, como, por exemplo, faróis diferenciados e grades em sua carroceria. Todos esses detalhes davam o DKW-Vemag um visual que se encaixava aos gostos populares.
Mas qual eram as definições do carro, afinal? Veja bem, o modelo foi lançado como um sedan de quatro portas, altamente espaçoso, ideal para carregar até seis pessoas em seus bancos largos.
Seu motor de três cilindros, conforme dito acima, possuía dois tempos de 900 cc, entretanto, apresentava 38 cavalos de potência apenas. Contudo, o carro alcançava a velocidade de 120 km/h, um ponto altamente relevante para uma motorização do tipo.
No que diz respeito ao design, as portas do carro eram o que mais chamavam a atenção, pois eram as chamadas portas suicidas, e elas possuíam detalhes cromados em seus frisos, além das janelas, faróis e do porta-malas.
Um ponto a se destacar em seu porta-malas, aliás, é o detalhe escrito que representava o seu motor: 3=6. Por ser um três cilindros, ele apresentava um tempo-motor a cada terço da volta do virabrequim, tal qual motores de seis cilindros e quatro tempos.
As mudanças do tempo e o impacto do mercado
No início da década de 60, o DKW-Vemag passou por sua primeira grande modificação, e o sedan recebeu o novo nome de DKW Belcar, bem como a sua versão perua, que passou a se chamar Vemaguet.
O que mudou nessa nova introdução ao mercado brasileiro foram alguns detalhes em seu visual externo e em sua motorização.
Como, por exemplo, a tampa do porta-malas e os parachoques, que nesta versão apresentavam garras duplas em pares, reforçando o visual mais puxado para o invocado, que a marca queria passar.
As rodas permaneciam as mesmas que o bom e velho Fusca utilizava, no entanto, seu desenho era mais moderno. O motor agora apresentava 980 cc e 44 cavalos de potência líquida.
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Já em 1962, o novo DKW Belcar revolucionou com uma inovação, até então, raríssimas na época e ainda difíceis de encontrar nos dias de hoje, que foi a possibilidade de abrir inteiramente os vidros das janelas traseiras.
Esse detalhe, além de favorecer a circulação de ar dentro do veículo, ainda aumentava o já grande espaço para os passageiros do banco traseiro.
Em 63 o modelo continuou praticamente o mesmo, tendo somente as suas calotas modificadas, algo que perdurou até meados de 1967. As rodas também passaram pela mesma situação, ao invés de apresentar oito janelas para refrigerar os freios, passou a oferecer 12.
Em 1965, a marca lançou o Belcar Rio, como forma de homenagear os quatrocentos anos do Rio de Janeiro, e todos os modelos foram fabricados com Lubrimat, um sistema que rejeitava a mistura de gasolina e óleo no mesmo tanque.
No lugar, foi colocado um tanque de óleo à parte, junto ao motor e a uma bomba que misturava tudo no carburador.
Em 66 o carro teve uma nova atualização em seu design, bem como o Vemaguet, que tinha como foco dessa vez o seu radiador, mais precisamente a grade do mesmo.
Não mais utilizava-se o modelo colméia, mas sim grandes janelas, com frisos na horizontal combinados com colunas na vertical.
Agora sim, o último ano do modelo no Brasil foi o ano de 1967 e foi justamente quando os modelos passaram por verdadeiras reestilizações. O DKW se chamava, agora, 1001 e a mudança mais impactante foi deixar para trás as portas suicidas.
A sua grade era inteira de alumínio e chamava bastante a atenção para a parte frontal do veículo, e as modificações na traseira não ficaram para trás – com o perdão do trocadilho – já que suas lanternas foram totalmente transformadas com o novo design horizontal.
Seu sistema elétrico com alternador e 12 volts finalizaram as mudanças que o protótipo alemão disponibilizou para o consumidor.
Com isso, 52 mil automóveis do Belcar e da Vemaguet foram vendidos entre os anos 50 e 60, marcando para sempre a história da marca no Brasil.
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