Quem não se lembra da famosa Brasília Amarela do grupo Mamonas Assassinas, com certeza não viveu no Brasil nas últimas décadas.
E essa é apenas uma das muitas lembranças mais populares desse veículo que marcou história no nosso país a partir da década de 1970.
Prestes a completar 50 anos, o Volkswagen Brasília nasceu em 1973 e com design totalmente brasileiro e nomeado em homenagem à capital do país, inaugurada 13 anos antes do lançamento desse icônico veículo.
Esta que foi consagrada no mercado automobilístico, a Brasília ainda vive no imaginário, coração e garagens espalhadas pelo país e pelo mundo.
Para homenagear esse compacto de respeito, trazemos a seguir a história completa da Brasília, que há mais de quatro décadas circula pelas ruas do país sem data para se aposentar, mesmo que não seja produzida há anos.
História da Brasília: origem e evolução
O Volkswagen Brasília surgiu de uma necessidade: adaptação.
O presidente da Volkswagen do Brasil precisava oferecer ao mercado brasileiro um modelo que pudesse substituir o fusca e atender aos desejos do consumidor.
Com mais espaço e design contemporâneo para a época, o veículo teria a mesma engenharia do fusca. O resultado surpreendeu, com linhas e consideradas suaves e inovadoras para a época.
Em Junho de 1973, após testes e protótipos, a Brasília foi apresentada ao público — uma afronta direta ao concorrente principal, o Chevrolet Chevette.
Para alguns, a Brasília podia ser considerada uma espécie de “mini-Variant”, uma referência ao espaçoso modelo da mesma montadora.
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Além do Brasil, apenas o México chegou a produzir o modelo Brasília, tendo feito uma aparição no seriado Chaves, que por sinal, se tornou bastante popular em terras brasileiras com o passar dos anos. No México, a Volkswagen fabricou apenas o modelo duas portas, e a produção chegou ao fim no ano de 1982.
Motorização
Com motor boxer na traseira e refrigeração a ar, a Brasília teve poucos modelos produzidos em 1973.
No lançamento, vinha equipada com motor 1600 cm³, motor 1,6 litro alimentado por um único carburador Solex 30 e gerava 60 cv de potência.
Diante da exigência dos motoristas por mais potência, em 1976 a Volkswagen lançou um novo motor também 1,6 litro, mas alimentado, dessa vez, por 2 carburadores Solex 32. Com 65 cv brutos de potência e 48 cv líquidos, oferecia mais torque e economizava mais combustível.
A partir daí, esse foi o motor dominante nas Brasílias à venda.
A Brasília e suas versões
O ano de 1979 foi marcado pela versão LS do Volkswagen Brasília, conhecida por ser a maior versão de toda a história do carro.
Oferecia, além de apoio para a cabeça nos bancos da frente, acabamentos externos exclusivos com fritos nas laterais e adicionais como desembaçador traseiro e relógio.
A versão quatro portas chegou a ser produto de exportação, sendo enviado a países como Filipinas, Nigéria, Chile e Portugal.
Já no Brasil, a versão de 4 portas não caiu de imediato no gosto do público, tendo, em sua maioria, sido utilizada como táxi.
Em 1980, a Volkswagen lançou a versão a álcool do veículo, com motor 1,3 exclusivo para esse modelo.
O baixo desempenho e o alto consumo fizeram a versão ser uma decepção nas vendas.
Enquanto isso, o motor 1,6 litro totalmente a gasolina seguia campeão no mercado, sendo a versão mais procurada.
Antes disso, em 1978, a Brasília havia passado por suas primeiras mudanças visuais desde a sua criação.
Com essa transformação, trouxe mudanças discretas nos para-choques e capô dianteiro com vincos estampados e lanternas com superfície estriada, mas manteve a grade metálica traseira.
Acabamento
O lançamento do Volkswagen Brasília trouxe versões básicas, com acabamento simples, mas bem executado. Apenas em 1977 foi lançada a opção de acabamento interno mais confortável e luxuoso, nas cores marrom ou preto, combinando com o teto e revestimentos de piso e laterais – o chamado acabamento monocromático.
Em 1974, o volante foi alterado para um modelo plástico então chamado de “canoa”. Em 1975, a grade do escapamento mudou de tamanho e o emblema que levava o nome do veículo perdeu o VW, referência à montadora alemã, e passou apenas a exibir o nome “Brasília”.
Versões mais luxuosas, com vidros verdes e acabamento sofisticado, surgiram apenas em 1979, com o lançamento do modelo Brasília LS.
A Brasília também deixou sua marca pelo mundo
O Volkswagen Brasília era um carro totalmente produzido no Brasil, pensado para o mercado nacional, mas isso não o impediu de ganhar estradas internacionais.
Conforme comentamos acima, a Brasília foi produzida e comercializada também em solos mexicanos — tendo sido o México o único país a produzir o modelo Brasília fora de solo nacional.
Ao menos 133 mil carros foram enviados a outros países da América Latina e Europa.
Brasília no esporte
O Volkswagen Brasília também anotou em sua trajetória a participação do World Rally, sob condução de Cláudio Mueller e Carlos Weck, o compacto brasileiro saiu de Londres, atravessou o Canal da Mancha, com breves passagens pela França e Espanha, antes de chegar ao Marrocos.
Nas mãos da dupla, a Brasília passou por países como a Tunísia, Itália, Grécia e Alemanha, demonstrando a resistência do veículo ao trajeto de uma competição considerada dificílima.
Em terras brasileiras, a Brasília chegou a ser o carro da vitória da Divisão 3 do campeonato paulista de automobilismo em 1974, nas mãos e Ingo Hoffman.
O Volkswagen Brasília faz parte da história do nosso país
A Brasília carrega no nome uma homenagem à capital do país e na sua trajetória, uma história marcada pela popularidade, lembrada inclusive de maneira afetiva por quem chegou a circular em uma Brasília nas décadas de 70 e 80.
Embora a produção tenha sem encerrado em 1982, a Brasília ainda é um dos carros mais populares do automobilismo brasileiro e que marcou, com certeza, muito mais que uma geração.
Hoje, o Volkswagen Brasília é objeto de colecionador, ganhando o status de carro clássico no ano de 2012, sobrevive ao tempo, guardando para as próximas gerações um pouco da história da indústria que se mescla ao crescimento do país.
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