Esse ano, o Romi-Isetta, um dos carros mais memoráveis do Brasil, comemora seus 66 anos.
No dia 5 de setembro, o primeiro carro fabricado no Brasil, comemorou mais um aniversário. E há mais de 6 décadas, esse modelo compacto desperta curiosidade e o carinho dos amantes de automóveis.
Popular na memória de todos pela famosa porta frontal, única do veículo, o Romi-Isetta tem uma história que atravessou continentes.
Desde a Itália, até o primeiro modelo produzido no Brasil: conheça a história do Romi-Isetta, primeiro veículo totalmente brasileiro.
A origem do Romi-Isetta
O mundo passou por mudanças drásticas após a Segunda Guerra Mundial, e uma delas foi a necessidade da população dos grandes centros de utilizar um meio de transporte que fosse barato e econômico.
Considerado um microcarro, o Romi-Isetta conseguia percorrer até 25 km com apenas um litro de combustível.
O projeto é o engenheiro aeronáutico Ermenegildo Pretti. Com ajuda do colaborador Pierlugi Raggi, o modelo italiano de carro compacto foi apresentado no Salão do Automóvel de Turim, em 1952 e não demorou muito para ganhar as ruas.
O nome Isetta é um diminutivo de ISO, primeira fabricante do modelo, a Iso Autovericoli empresa italiana que, na época, era conhecida por produzir triciclos comerciais.
A popularidade do modelo de carro bolha levou outras marcas a adquirirem a licença, tendo então sido produzida pela BMW, Velam e Romi, no Brasil.
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A popularidade dos microcarros
Os microcarros são conhecidos pelo tamanho reduzido.
Em alguns casos, esses pequenos carros podem contar com 3 rodas em vez de 4. Podendo comportar de 1 a até 4 pessoas no máximo, os microcarros, como o caso da Isetta, ganharam espaço no mercado por serem baratos na produção e no uso.
Com origem que remonta ao período de inovações do pós-guerra, os microcarros ganharam espaço em países da Europa, mas acabaram expandindo para outros lugares como Japão e Brasil.
O Romi-Isetta no Brasil
Entre os anos de 1956 e 1961 o Brasil também passava por grandes transformações.
Na indústria, Américo Emílio Romi, que serviu na Primeira Guerra Mundial, transformou suas habilidade e conhecimentos em mecânica no seu negócio.
Da garagem, à produção do primeiro trator nacional, o Toro, Romi parecia estar sempre em busca de inovação.
Após a inviabilidade de comercialização do trator Toro, devido ao preço elevado, em comparação com o concorrente direto, a indústria brasileira voltou a investir no mercado automobilístico com a Isetta, que se tornou então Romi-Iseta.
A produção se deu nas Indústrias Romi S.A, em Santa Bárbara D’Oeste, cidade do interior de São Paulo.
Ao lado do enteado Carlos Chiti, idealizador do projeto, o então comendador Emílio Romi, trouxe o projeto da Isetta para o nosso país.
Em junho de 1955 a Iso concedeu às Indústrias Romi os direitos para produção do modelo bolha.
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Mais tarde, pouco mais de um ano depois, acontece em 5 de setembro de 1956 o lançamento do primeiro veículo brasileiro, que contava com motor de dois tempos e a charmosa e única porta frontal.
Era o nascimento do primeiro carro de passeio fabricado em território brasileiro.
O que faz do Romi-Isetta um carro brasileiro
Até o lançamento do Romi-Isetta, os veículos vendidos no Brasil eram, ou importados prontos, completamente montados.
A outra possibilidade era o chamado Complete Knock-Down, que ocorre quando um produto é entregue desmontado.
Nestes casos, a indústria multinacional recebia as peças e preparava o veículo, sem produzir nenhuma parte dele. E é claro, até então, as peças eram todas importadas, nara era brasileiro.
No caso do Romi-Isetta de dois lugares, a produção brasileira correspondia a mais de 70% do material, utilizando apenas 30% de peças importadas na sua produção.
Isso garantiu ao Isetta das Indústrias Romi o título de primeiro carro brasileiro.
Do início ao fim da produção do Romi-Isetta
Após o lançamento, o superintendente da Fundação Romi conta que a produção do Romi-Isetta foi planejada para até o início de 1961.
Após esse período, teriam veículos em estoque para seguir com as vendas até o final do ano. Entretanto, o pioneiro brasileiro teve sua fabricação encerrada em abril de 1961, após a produção de cerca de 3 mil unidades.
Durante o governo de Juscelino Kubitschek, iniciado em 31 de janeiro de 1956, a produção e comercialização e do Romi-Isetta perdeu força.
O GEIA – Grupo Executivo da Indústria Automobilística, criado através do Decreto 39.142/1959, estabeleceu, também por decreto, a imposição de estímulos para promover a nacionalização das produções.
Entretanto, apesar de o Romi-Isetta contar com cerca de 72% de produção nacional na época, o estímulo caberia apenas aos veículos que comportassem pelo menos 4 passageiros, conforme determinação do GEIA.
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Com o estímulo oferecido aos carros maiores, o microcarro que, na época, custava o equivalente a 700 dólares, dobrou de preço.
Além disso, por ser um carro de 2 lugares, não recebia a isenção de impostos para importações. E apesar de ser um carro econômico e funcional, perdeu espaço para outros modelos.
Características técnicas do Romi-Isetta
Até 1958, o Romi-Isetta foi produzido com motor de dois tempos. De 1959 até o último ano de produção, em 1961, contou com um motor de quatro tempos.
Contava com câmbio de 4 marchas e ré, em caixa de alumínio. As rodas eram de 10 polegadas, feita de aço estampado com aros de duas peças desmontáveis.
O que chamava atenção no Romi-Isetta, era a direção: o volante com caixa de redução em alumínio ficava em uma coluna articulada, fixada na porta, tendo abertura conjunta.
Ou seja, o volante acompanhava a abertura da porta – que era frontal.
Com 2285 mm comprimento, largura máxima de 1380 mm, pesando 350 kg, podendo suportar até 230 kg de carga útil, e percorrendo até 25 km por litro, o Romi-Isetta chegava à velocidade máxima de 85 km/h e era perfeito para a época.
O Romi-Isetta é parte da história brasileira
Capaz de atravessar o tempo e as adversidades, o Romi-Isetta tem sua história preservada pela Fundação Romi, que guarda a história do primeiro carro brasileiro e promove ações para o desenvolvimento social e humano através da cultura e da educação.
Mais do que um clássico, o Romi-Isetta é uma parte viva da história do nosso país.
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